segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Ideias de merda



Tem-me faltado o tempo e a inspiração para escrever aqui algumas idiotices.
Tempo continuo a ter pouco, mas a inspiração por vezes apanha-nos em momentos e locais inesperados, assim à socapa.
Hoje quando estava no WC a mandar um fax e pensava como raio vou conseguir arranjar bilhetes para o concerto dos U2 em Coimbra, fui desenrolando o papel higiénico e notei algo de estranho na forma certinha como ele se rasgava.
Sempre no local certo. Parecia que até adivinhava por onde eu queria que ele se rasgasse.
Olhando com mais atenção percebi então o que se estava ali a passar... Estava perante uma dessas ideias que surgindo de vez em quando na história da humanidade a levam a dar gigantescos saltos na sua evolução.
Como aquela ideia dos russos de levarem um lápis de carvão para escrever durante as viagens espaciais, depois dos burros dos americanos terem gasto o equivalente a todos os bilhetes para o concerto dos U2, em investigações para desenvolver uma caneta para o mesmo efeito.
Só que desta vez, é uma ideia que irá ter uma influência significativa no dia-a-dia de todo e qualquer cidadão comum que tenha por hábito limpar o cu com papel higiénico.
Finalmente alguém percebeu que uma simples folha de papel não serve para nada e passaram a fazer o picotado com um espaçamento de mais ou menos 3 ou 4 folhas.
Não é genial?! É reconfortante pensar que as pessoas que fazem o papel higiénico não se limitam a enrolar e vender ao melhor preço, mas que de facto se preocupam com o conforto e bem-estar dos seus clientes.
Todo aquele stress de tentar fazer o papel rasgar no picotado que queremos vai finalmente acabar. Toda aquela irritação com que ficávamos o resto do dia depois de uma intensa luta com aquele rolo idiota irá terminar e passaremos todos a defecar com outra alegria!
Só falta agora pensarem no bem-estar dos cus e fazer um papel mais suave.

domingo, 19 de julho de 2009

Pescada de processo na boca



Está ao rubro o campeonato para apurar o organismo público com maior falta de bom senso e maior número de actuações absurdas.
Depois do Tribunal de Relação (que nos tem dado fantásticas sentenças nos últimos tempos) ter atacado a liderança declarando a ASAE inconstitucional (devido a uma questão processual como não poderia deixar de ser), o actual líder irá contra-atacar com uma inspecção às condições sanitárias do referido tribunal, com uma especial atenção os prazos de validade de alguns dos seus trabalhadores.
Com tudo isto parecem definitivamente afastados da luta o IPAR e o Ministério da Educação, apesar de estarem a realizar uma boa prova num ano difícil como este em que temos 3 eleições.
E tão amigos que eles eram...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Cinderela e o imbecil



Para os mais descrentes, foi ontem dada mais uma prova irrefutável do caminhar acelerado da humanidade para a total e irreversível estupidez.
O exagerado espectáculo da apresentação de Cristiano Ronaldo no Real Madrid, mostrou que os espanhóis, além de terem mais casos de Gripe A que nós, têm também pelo menos igual número de atrasados mentais, acompanhado no caso das mulheres por um histerismo que lhes acentua aquele timbre irritante da voz, causa primeira das solhas que D. Afonso Henriques deu à mãe.
Serviu também para mostrar que o português de Moçambique, expresso por Eusébio num muito luso "obrigado" é afinal muito mais português que o português da Madeira usado por CR9, que a mim me fez lembrar muito o castelhano.
Porém, o momento que me deixou entre um ataque de nervos e um grande vómito, foi protagonizado por Nuno Luz, esse grande ícone do "jornalismo desportivo", que num perfeito “espanholês” e ostentando uma camisa "cor-de-rosinha", deu uma entrevista a uma jornalista espanhola, afirmando que para ele "Cristiano Ronaldo era como a Cinderela"...
Até a jornalista teve dificuldade em conter o riso, ao mesmo tempo que dava um ligeiro passo atrás, com ar de quem tinha medo de apanhar alguma coisa.
Querendo agarrar-me a uma réstia de esperança, faço votos que CR9 apague rapidamente junto das espanholas esta imagem “apaniscada” do macho lusitano, de preferência fazendo-lhes como o preto fez à inglesa no final do "Equador".

terça-feira, 30 de junho de 2009

Pela madrugada



Estive recentemente num “resort” daqueles com praia própria, palmeiras e tal.
A praia até é grande o suficiente para não estarmos em cima uns dos outros mas a raça humana tem uma fascinante capacidade para complicar o que é simples.
Existem vários "chapéus" feitos com madeira e canas, que proporcionam sombra, bem como muitas palmeiras. Seriam perfeitamente suficientes para os frequentadores, até porque muitos como eu, não se importam de ficar ao sol, não fosse a irritante mania que muitos têm de "guardar o lugar".
O resultado é uma praia com cerca de 80% das cadeiras ocupadas com toalhas e destas, menos de metade com pessoas em cima das mesmas. Algumas ficavam vazias praticamente o dia todo, valentemente defendendo o território conquistado pelo seu dono.
O curioso é que não se trata apenas de falta de civismo, mas também de ignorar completamente as placas que proíbem exactamente que se reservem lugares.
Como é óbvio, isto resulta em situações caricatas, em que pessoas de diferentes nacionalidades discutem cada uma na sua língua, tentando entender-se no meio de muita gesticulação envolvendo toalhas, relógios, mochilas e os ditos "chapéus".
Apercebi-me mais tarde que havia dois tipos de reserva: A reserva de um dia para o outro e a reserva ao nascer do sol.
De facto, enquanto uns deixam as toalhas a marcar o lugar durante a noite (as toalhas são do hotel), outros dão-se ao trabalho de se levantar pelas 5 da manhã para ir à praia deixar a toalha, voltando novamente para o quarto…
Nunca presenciei este cenário pois estava ocupado a dormir, mas deve ser engraçado ver um exército ensonado de zombies, cambaleando em direcção à praia com as toalhas ao ombro, resmungando palavras entremeladas ao ver que os melhores lugares já estavam ocupados.
É preciso ter cuidado. Estas pessoas votam!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Obrigado e voltem sempre



As recomendações do Ministério aos professores para o tratamento a dar aos alunos nas provas de aferição é algo que só se explica pela coerência de estupidez que tem marcado toda a politica de educação dos últimos anos.
Durante toda a minha infância e adolescência, os professores eram pessoas que tínhamos obrigatoriamente de respeitar. Tive alguns problemas com professores e até faltei ao respeito a um. E paguei por isso. E depois não voltei a fazê-lo. Tão simples como isto.
Agora acham que os professores devem agradecer aos meninos que vão fazer a prova de aferição.
Isto faz-me lembrar aquela situação de um extra-terrestre que observa os humanos de saco na mão a apanhar os cagalhões largados pelo cãozinho que andam a passear e que volta ao seu planeta com a convicção que a espécie dominante anda de quatro e ladra.
De uma forma genérica não concordo com a teimosia dos professores em não quererem ser avaliados e se é verdade que é uma profissão com muitos lados negativos, não deixa de os ter positivos, o que a transforma numa profissão igual a muitas outras.
Mas numa coisa é totalmente diferente: Quer queiramos quer não, é com os professores que as crianças e adolescentes passam grande parte do seu tempo e se não soubermos educar os nossos filhos para que os respeitem, então teremos uma geração que não vai respeitar ninguém. Nem a si própria.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Objectivamente estúpido



Os profissionais da PSP estão preocupados com o objectivo que lhes foi definido para efectuar um mínimo de detenções por ano, pois temem que na tentativa de o cumprir acabem por colaborar no cumprimento do objectivo definido para os coveiros.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Descansa em paz



Pagar para me cortarem o cabelo é um conceito relativamente novo para mim. Até há alguns anos eu recebia sempre que me cortavam o cabelo.
Desde que me lembro, o meu avô foi barbeiro, e dava-me sempre qualquer coisa quando lá ia. Ao início uns tostões, depois uns poucos escudos e por aí adiante aumentando com a inflação ou com a minha idade, conforme a que andasse mais depressa.
Lembro-me de ainda não ter chegado à barbearia e já na rua se escutava o som da tesoura que não parava nas suas mãos. Era sinal que “tinha gente”. Eu ia ter de esperar…
Homem de poucas palavras, não deixava no entanto passar muito tempo depois da minha chegada para começar a assobiar à porta da barbearia ou nos fundos da mesma, junto a umas velhas e já inutilizadas escadas que em tempos tinham dado acesso ao primeiro andar. Era o sinal para a minha avó descer para ver o neto.
Embora aparentasse ser uma pessoa fria, o seu sorriso reflectido no espelho da barbearia traia-o, naqueles momentos em que lhe dizia que tinha passado num qualquer exame da escola, ou quando na minha juventude teimava com ele para me deixar o cabelo mais comprido.
Mais ou menos na mesma altura em que comecei a ter barba relativamente digna desse nome, que ele cortava com uma navalha, passando depois com um pouco de álcool que quase me fazia saltar da cadeira, a idade começou a tremer nas suas mãos.
Antes tão firmes, tremiam agora de uma forma que começou a fazer escassear os clientes, resistindo apenas os “habituais”, entre os quais eu, que tinha dificuldade em disfarçar o meu fascínio com a forma como aquela tremedeira toda parava como por magia, quando a mão se dispunha a dar uma tesourada no cabelo, ou uma “escanhoadela” na barba.
Os anos passaram e com o início da minha vida profissional, comecei a sentir algum embaraço quando chegava o momento de ele me chamar “à parte” para me dar a “notita”. Começou a não fazer muito sentido. Afinal eu já “ganhava o meu”!
Um dia disse-lhe que não queria. Que não precisava e que já tinha dinheiro…
A mágoa que nesse momento lhe encheu os olhos fez-me perceber que afinal eu tinha desde sempre entendido aquilo ao contrário. Afinal, naquele gesto havia algo muito mais importante. Havia a discreta alegria de dar algo a um neto. A alegria de ser avô.
Nesse dia aprendi que para ele eu seria sempre o “João Carlitos”. E que por trás daquela maneira de ser aparentemente distante, havia muito mais sentimento do que se poderia pensar.
Trabalhou até não poder mais. Até as pernas já não suportarem o seu próprio peso. Foi hoje para a sua última morada.
Adeus “Avô Chico”!
Deixas saudades…

segunda-feira, 23 de março de 2009

Provedor das Birras



Andam os nossos políticos muito entretidos a fazer birras. Embirram por causa de um tal de "Provedor de Justiça".
Quando eu era pequenito por vezes também fazia birra. Mas normalmente era porque não queria comer ou porque não queria fazer os trabalhos de casa.
Mas conheci outros meninos que faziam birra quando não ganhavam a jogar à bola ou quando queriam ser o Cowboy e só o deixavam ser Índio. Eram um bocado "zucrinas" esses putos e acabavam sempre por brincar sozinhos porque ninguém estava para os aturar.
Era o que devíamos fazer a esta malta. Deixa-los a brincar sozinhos aos "provedores" e ia-mos à nossa vida.
Mas não dá. Eles não nos largam. Andam doidinhos a ver se nos convencem a votar neles o que é bastante complicado.
Este sistema todo de eleições devia ser repensado. Isto de ter de lá ir e votar em alguém, tendo em conta as opções, torna-se algo muito complicado. Penoso. Masoquista até.
Parece-me que seria muito mais apropriado e mais ao jeito português se pudéssemos ir lá votar contra alguém. Ainda assim não seria fácil escolher o pior, mas pelo menos haveria algum gosto no acto.
Estou certo que a abstenção iria diminuir.
PS: Já agora, para que raio serve um "Provedor de Justiça"? Alguém me pode dizer: "A minha vida está muito melhor desde que fulano é provedor de justiça" ou "Com sicrano a provedor de justiça a minha mulher já não me bate" ou "com este provedor de justiça os advogados estão todos a suicidar-se"??
Pois... foi o que eu pensei!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Direito de anti-manifestar



O Showmen que temos por primeiro-ministro, disse aqui à uns dias que os sindicatos estavam sob a influência e controlo dos partidos de esquerda. É curioso que ninguém tenha notado que isto só revela que o governo está sob influência do patronato, mas adiante... Ninguém verdadeiramente contestou esta realidade.
Eis agora que a malta da CGTP-PCP está muito indignada contra um anuncio onde, segundo eles, se atenta contra o fundamental "direito à manifestação".
Então e o direito de se manifestar contra as manifestações? Porque é que alguém que se pronuncia contra o excesso de manifestações deve ser calado? Não está também ele a exercer o direito de expressar a sua livre opinião? Ou as opiniões só são livres de serem expressadas se forem a favor destes senhores que se julgam donos da liberdade?
Já dizia a minha avó que "tudo o que é demais é moléstia" e realmente o excesso de manifestações e greves só contribui para que elas tenham menos impacto.
Acho que a banalização de um direito que realmente é fundamental, não o prestigia, nem a quem dele abusa.
Em ano de eleições vamos assistir a muitas que por isso mesmo se vão tornar tão cansativas e vazias de conteúdo como os discursos dos políticos.
Haja paciência...

quinta-feira, 19 de março de 2009

Se andarem de mota, não usem capacete



Depois de recomendar que não se use preservativo, pois isso só agrava o problema da transmissão do vírus da SIDA, sendo preferível a abstinência, a próxima recomendação do Papa será para os motociclistas deixarem de andar de mota ou em caso de a sua relação com a mota ser reconhecida pela Igreja e apenas para fins reprodutivos, que não usem capacete, pois isso só vai agravar a estatística dos acidentes.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Bota-abaixo



Soube hoje que trabalho directamente por cima das ruínas de um mosteiro medieval. Eu já tinha desconfiado...
O azar que tenho tido no trabalho só pode ter uma origem sobrenatural. Devo ter chateado um qualquer monge dominicano que agora me anda a assombrar.
Posto isto, penso que será de elementar justiça que se mande abaixo este edifício e todos aqui à volta, para todos podermos visitar as ruínas. Eu próprio já tive vontade de mandar isto tudo abaixo por mais que, vá lá, trinta e sete vezes.
Depois convém arranjar uns factos de mergulho para os visitantes, pois estando as ruínas abaixo do nível do leito do Bazófias, a qualquer momento podem começar a ficar com os pés molhados.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Doutores, engenheiros e os gajos dos computadores



Não sei exactamente em que ponto da minha vida passei a experimentar um forte embaraço, sempre que alguém me pergunta o que faço, ou quando tenho de preencher algum impresso onde deva constar a profissão ou habilitações literárias.
A verdade é que me custa revelar que sou engenheiro, já que a fama desta classe vai de mal a pior. Tome-se como exemplo o primeiro-ministro. Mas não só...
Em Portugal quase tudo o que é político, gerente, chefe, coordenador ou consultor (estes então são os piores) é licenciado numa qualquer engenharia (ou então em direito), mas não exerce.
E a questão é mesmo esta: Eles não exercem! Não exercem, não fazem e não deixam fazer.
Debitam ideias idiotas, normas, "buzz words", siglas e acrónimos como quem come tremoços, conseguindo falar horas a fio sem dizer nada que se aproveite (como a Manuela Ferreira Leite por exemplo).
E são estes teóricos que dão mau nome aos doutores e engenheiros já que nos entopem com burocracias e teorias que exprimidas pouco ou nenhum valor trazem já que normalmente não passam de conceitos e ideias já conhecidas, recicladas e apresentadas de forma diferente e com palavras mais caras.
Sendo assim, prefiro dizer timidamente que sou programador de informática. Não que isso traga algum tipo de vantagem como por exemplo ter as gajas boas todas atrás de mim, mas pelo menos não corro o risco de ficarem a olhar para mim como quem olha para um gajo que não faz nada a não ser mandar nos que fazem.
Por outro lado, é frequente levar logo com uma conversa do tipo: "ah, trabalha nos computadores? Olhe, o meu filho também gosta muito dos computadores. Até arranja os computadores dos amigos veja lá!".
Ou então: "ah, é dos computadores? Olhe, tenho lá um problema no meu computador, mas eu não percebo nada daquilo sabe? Acho que é a 'intermete' que está avariada...".

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Crise de previsões



Tenho-me divertido com as previsões que têm sido divulgadas sobre a evolução da crise.
O "vitinho" do Banco de Portugal, depois de ter ido à Assembleia da República, com cara de quem estava com cólicas, tentar explicar porque não fez aquilo para que lhe pagam, ou seja, fiscalizar a actividade dos bancos, voltou alegremente àquilo que lhe dá mais prazer: Fazer previsões.
Agora não só se entretém a fazê-las, como também a comentar as dos outros, apressando-se logo a rectificar as suas próprias previsões anteriores para serem ainda mais pessimistas. Ele não admite que ninguém faça previsões mais pessimistas do que ele. Era o que faltava...
O engraçado é que nenhum dos que andam agora a prever isto e aquilo, conseguiu prever a crise.
Nem o "vitinho", nem a Comissão Europeia, nem o Governo, nem aquelas revistas económicas que, alguns dias antes de rebentar a crise diziam maravilhas dos bancos que faliram, da espectacular economia da Islândia, e que até já tiveram de pedir desculpas por se terem enganado redondamente nas previsões para a economia portuguesa de há dois anos.
Julgo que se pedirmos umas previsões a um qualquer vidente, como a Maia por exemplo, as hipóteses de acertarem são as mesmas e certamente que metade do vencimento mensal do "vitinho" chegava para pagar o serviço.
Quem também se tem divertido é o Instituto de Meteorologia, que no ranking de previsões correctas, passou subitamente do fundo da tabela para o primeiro lugar, o que é pena porque já estou farto deste tempo.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Flopes



Sondagem dá vitória esmagadora a Santana Lopes nas eleições para a Câmara Municipal de Lisboa.
Sondagem realizada à boca das discotecas na madrugada do dia 1 de Janeiro entre indivíduos de ambos os sexos e maiores de 18 anos.
Os de sexo feminino usavam bronzeado artificial e começavam todas as frases por "É assim", terminando normalmente com "Tá a ver".
Os de sexo masculino usavam roupa aparentemente de marca, com a camisola sobre as costas e cabelo à "Art Sullivan".

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

É Natal, ninguém leva a mal



Felizmente o Natal já passou. Estava a ficar com medo de sair à rua. Não há altura do ano pior para sair de casa do que esta.
Primeiro porque os assaltos a residências aumentam exponencialmente, pelo que é conveniente ter sempre a caçadeira carregada atrás da porta e dormir com um olho aberto.
Em segundo, porque um destes dias desloquei-me a um centro comercial e antes de chegar a meio do caminho para a loja onde ia, fui abordado por mais de 14 meninas daquelas associações e instituições que nascem como cogumelos a pedir dinheiro para ajudar ou os pobres ou os velhos ou as crianças ou os doentes ou os animais ou outro qualquer grupo a quem o governo não dê subsídios ou injecções de capital, com o dinheiro dos meus impostos.
Aliás, com tanta instituição a ajudar tanta gente eu tenho agora a certeza que tenho mesmo azar não calhar nenhuma que me ajude a mim. Dava jeito se me ajudassem a ter dinheiro para dar a tanta gente que anda a pedir. E já agora se me quiserem ajudar a pagar as minhas contas eu também agradeço.
Depois não admira que as lojas depois do Natal façam saldos. Eles sabem bem que depois de termos contribuído para todas os peditórios que nos apareceram, se tivermos dinheiro para comprar umas ceroulas por 49 cêntimos já não é mau.
Já não há pachorra. É o ano todo a espantar os gajos dos “citibank's”, arrumadores de automóveis, ciganas com putos ranhosos ao colo, etc., já que o raio dos impostos não os consigo evitar, e ainda levamos com este exército de pedintes natalícios. Ainda eles não abriram a boca e já e estou a dizer "não quero!" com o ar mais antipático possível para tentar desencorajar à partida qualquer tentativa de insistência. Quando insistem, chego mesmo a rosnar, o que os põe logo a recuar com aquele ar de quem está a demasiado próximo de um louco perigoso. Mas não consigo evitar. Ganhei este vício desde que soube quanto ganhava a ex-porteira da discoteca Frágil, enquanto dirigente da Abraço.